Eu era gordinha! Relato de uma ex gordinha que hoje tem um blog de comida

Hoje o post vai ser diferente, vai ser motivacional. 
Semana passada uma amiga minha mandou uma foto de cerca de 8 anos atrás. 
Parei, olhei e refleti. E resolvi fazer um post diferente.
Sempre sofri de efeito sanfona, a vida inteira. Sempre fui gordinha, lembro de ter sido magra na infância, mas que meus pais complementavam minha alimentação com vitaminas.
Passei a minha adolescência e vida adulta, engordando e emagrecendo. Apaixonava engordava, desapaixonava emagrecia, final do ano emagrecia, provas escolares emagrecia, festas de final de ano engordava. 
Nunca tinha passado um carnaval magra. 
Tive filho em 2006, engordei 9kg apenas, excelente, estava magra na época. Cerca de 1 ano após, quebrei o pé e passei meses de muleta, sem andar, engordei loucamente, como na foto abaixo, e o pior que não percebi. Eu me achava linda, estava comendo feliz, alegre, de boa. Colocava a roupa e não me via no espelho e todo mundo dizia que eu estava mais "cheinha", e eu não entendia. Como assim? Eu? Estou linda pessoas loucas.
Até que fiz uma viagem e ao revelar as fotos, notei que as fotos só cabiam meu rosto, imenso, brilhante e gordo. A ficha só caiu aí. Como se houvesse uma dissociação da imagem real para a imagem que eu via no espelho.
Eu peguei uma das fotos e colei na geladeira de casa e resolvi emagrecer, nisso estava com mais de 80kg. 
Fui a uma nutricionista, resolvi estudar para concurso, teria que fazer prova física e voltei a malhar. O pé doía horrores, mas mesmo assim eu comecei forte e confiante. Nessa época fumava, e bebia sempre. Parei de fumar, voltei a malhar, mas final de semana me esbaldava, se eu fosse a um restaurante, bebia sempre e comia tudo o que eu queria. Salada never na rua.
Não passava vontade. Consegui emagrecer 10 kg. Fiquei entre 70/72kg. 
Porém, podia passar semanas sem comer e não emagrecia nada, completamente diferente de antes da adolescência. Alguns dias sem comer e o corpo voltava fácil.
O corpo parou de voltar fácil. 
Não conseguia sair da faixa dos 70kg. Isso eu me recordava do meu corpo antigo que magro era 61kg. 
Como engorda da cabeça ao dedo do pé, não fui ao 44 fiquei no 42 apertado demais. E tamanho M/G. 
Não me contentava. Comecei a correr e vi que emagreceria, mas ficaria mole se não fizesse musculação. O joelho doeu, eu parei. Ia todos os dias na academia no meu prédio, mas desmotivada, assistia novela, ficava na bicicleta de boa, às vezes, por um hora, uma hora e meia e nada de emagrecer. No máximo mantinha o meu peso. 
Até que um amigo meu começou a emagrecer e se manteve magro com um médico, endocrinologista, chamado de Dr. Victor Kurita. Mas sabia que não poderia beber, comer tudo, por um bom tempo. 
Passei um ano amadurecendo a ideia. Até porque não é fácil uma decisão dessa. A maioria das pessoas que conheço dizia você não vai conseguir, vai gastar dinheiro (porque não é barato), não vai fazer direito, você é louca, para que viver assim, para que isso, etc, etc, etc
Mas o meu raciocínio foi o seguinte: se todos dizem que depois dos 40 fica cada vez mais difícil emagrecer, porque o metabolismo desacelera, a cada período de tempo, você engorda 5kg, eu pensei não quero ficar com 70 anos com 100kg. Eu preciso tomar uma decisão agora, mudar meu corpo agora, mudar o meu comportamento diante da comida já. Preciso mudar a minha relação com a comida. 
Quero uma vida saudável, um corpo saudável. Não quero viver períodos magros, períodos gordos.
Na minha cabeça ecoava, você tem flacidez, sua família inteira, é genética. Nada vai mudar, sem cirurgia. 
Pensei comigo: Ah vai mudar sim! Vou reprogramar meu corpo e minha mente. 
E decidi a trancos e barrancos mudar isso. Fui paguei, fiz uma bateria de exames, dietas restritivas requerem um cuidado, que o Dr. Kurita tem demais, e comecei os trabalhos. 
Em um mês, já tinha emagrecido 5.5kg, pense na felicidade, o corpo já começou a enxugar, impressionantemente.  O mês não foi fácil, recebi visitas de amigos que bebem muito e não bebi. Fui ao Mercadão de São Paulo e levei minha marmita. Fui a Famiglia Mancini e jantei antes, lá peguei um palmito e um salmão defumado e não bebi vinho. Viajei a Aracaju para a casa da mamãe e mesmo ouvindo um monte, consegui manter mesmo na casa da mamãe. Morri? Não. Todos entenderam? Não. Mas fui forte e consegui vencer. Perdi no total cerca de 11kg. Cheguei a perder mais na sequência, porque quando você comecei a emagrecer, empolguei tanto, que passei da conta. Difícil achar o equilíbrio entre estar magra mas não demais.
Todos diziam você vai ficar doente. Ao contrário, a minha imunidade subiu, nunca mais fiquei doente com tamanha frequência. 
Minha vida mudou. 
A academia comecei devagar, porque confesso que não consegui manter os treinos conforme prescrito no início da dieta, mas caminhava todos os dias, 40 minutos a uma velocidade constante, todos os dias. Aos poucos fui aumentando minha carga de exercícios. 
E hoje estou completamente diferente do que eu era. 
Sabe o que é melhor? A minha casa mudou. Eu mudei os hábitos, o meu marido que antes não acreditava, começou a seguir a dieta e hoje colhe todos os benefícios de uma vida saudável. Mudou o corpo dele também. 
As minhas roupas voltaram a caber direito em mim. Todas as roupas cabem melhor. Autoestima subiu. 
Hoje colho os frutos. Durante a semana mantenho o todos os dias e no final de semana, tento fazer duas refeições diárias mais normais possíveis e escapulo em uma delas. Beber eu bebo, comer doces eu como, pizza também, hamburguer. Inclusive, o blog foi mais uma desculpa para sairmos e procurarmos lugares legais para comer e sair um pouco da rotina alimentar.
Porque de fato quem mora em São Paulo, a programação é comida, primordialmente e quando você para de comer na rua, a sua programação  social diminui consideravelmente.
Além de tudo, vou à academia todos os dias, encarei como se fosse tomar banho, dormir e comer, eu preciso ir, meu corpo precisa e, hoje, adoro, funciona como terapia. 
Tive um dia ruim no trabalho, eu desconto na academia. Faço uma aula punk e está tudo certo. 
Vale a pena? Vale a pena. Vale cada esforço. Sabe por que? Eu ouvi um dia desses, não consigo viver sem arroz e feijão, sem pão. Claro que você consegue. Conseguimos viver sem um monte de coisa e não precisa pensar só na privação, na restrição, podem pensar nos ganhos, nos benefícios e nas substituições. Hoje, a comidinha sem gordura, sem tanta coisa faz muito bem ao meu corpo, eu me sinto bem melhor e o meu organismo reclama se abuso. 
Portanto, vida saudável, mudem a cabeça, mudem seus hábitos. Façam as pazes com o espelho.
Porém, se estão felizes com eles mantenha-os.
O que importa é ser feliz!!!



A foto é esta. O vestido não ajudou. 
Mas aí está o antes e depois. Ainda falta muito, mas já está ótimo. Eu prefiro o depois, e você?

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